Os maiores mitos e verdades sobre cuidados com motos

Os maiores mitos e verdades sobre cuidados com motos

Para muitos brasileiros, a moto é mais do que um meio de transporte; é uma paixão, uma ferramenta de trabalho e, para alguns, um estilo de vida. Com a crescente popularidade das motocicletas nas cidades e estradas do país, surgem também muitas dúvidas e informações desencontradas sobre como cuidar adequadamente desses veículos de duas rodas. Manter a moto em bom estado não só garante a segurança do piloto e do garupa, mas também prolonga a vida útil do veículo e otimiza seu desempenho e consumo. No entanto, o universo dos cuidados com motos é repleto de mitos que podem levar a práticas inadequadas e verdades que, se ignoradas, podem causar sérios prejuízos. Desvendar o que é fato e o que é ficção é essencial para todo motociclista responsável. Nesta lista, vamos explorar os maiores mitos e verdades sobre a manutenção e o cuidado com as motocicletas, ajudando você a rodar com mais tranquilidade e confiança.

Não precisa trocar o óleo se a moto roda pouco

Mito. Essa é uma crença comum, mas perigosa para a saúde do motor da sua motocicleta. Mesmo que a moto rode pouco, o óleo lubrificante se degrada com o tempo e com as variações de temperatura. Ele absorve umidade e partículas, perdendo suas propriedades de lubrificação e refrigeração. O ideal é seguir as recomendações do fabricante, que geralmente indicam a troca por quilometragem ou por tempo, o que ocorrer primeiro. Ignorar essa recomendação pode levar ao acúmulo de borra, desgaste prematuro de peças internas e, consequentemente, a reparos caros e complexos. A qualidade do óleo é fundamental para a longevidade do motor, e sua substituição regular é um dos cuidados mais básicos e importantes.

A calibragem correta dos pneus é crucial para segurança e economia

Verdade. A pressão dos pneus é um dos fatores mais negligenciados, mas de extrema importância para qualquer veículo, especialmente para motocicletas. Pneus com pressão inadequada, seja ela muito alta ou muito baixa, comprometem seriamente a estabilidade da moto, a aderência ao solo e a capacidade de frenagem, aumentando significativamente o risco de acidentes. Além disso, a calibragem incorreta acelera o desgaste irregular dos pneus, diminuindo sua vida útil, e aumenta o consumo de combustível, impactando diretamente o seu bolso. Verifique a pressão dos pneus semanalmente, sempre com eles frios, e siga as especificações do fabricante, que geralmente estão indicadas no manual ou em um adesivo na própria moto.

Lavar a moto com querosene é bom para desengraxar

Mito. Embora o querosene seja um desengraxante eficaz, seu uso na lavagem da moto pode ser extremamente prejudicial. Ele é um solvente agressivo que pode ressecar borrachas, plásticos e retentores, causando rachaduras e vazamentos. Além disso, pode danificar a pintura e os adesivos da moto, deixando-os opacos ou desbotados. Para a limpeza da corrente e outras partes engorduradas, o ideal é utilizar produtos específicos para motocicletas, como desengraxantes biodegradáveis, que são formulados para remover a sujeira sem agredir os componentes do veículo. A lavagem deve ser feita com sabão neutro e água, e a secagem cuidadosa evita manchas e corrosão.

A corrente deve ser lubrificada e ajustada periodicamente

Verdade. A corrente de transmissão é um dos componentes mais importantes da motocicleta e exige atenção constante. A lubrificação regular, a cada 500-1000 km ou após rodar na chuva, é essencial para reduzir o atrito entre os elos, prevenir o desgaste prematuro e evitar a corrosão. Utilize lubrificantes específicos para correntes de moto, que aderem melhor e resistem à centrifugação. Além da lubrificação, o ajuste da tensão da corrente é igualmente vital. Uma corrente muito frouxa pode saltar da coroa ou pinhão, causando acidentes, enquanto uma corrente muito esticada sobrecarrega os rolamentos e o câmbio, diminuindo sua vida útil.

Usar gasolina aditivada sempre limpa o motor

Mito. A gasolina aditivada possui detergentes e dispersantes que ajudam a manter o sistema de injeção e as válvulas limpas, prevenindo o acúmulo de resíduos. No entanto, ela não tem o poder de "limpar" um motor já sujo ou com depósitos significativos. Se o motor já apresenta problemas de carbonização, apenas o uso de gasolina aditivada não será suficiente para reverter a situação; pode ser necessária uma limpeza mais profunda ou a utilização de aditivos específicos para essa finalidade. Para motores novos ou bem cuidados, a gasolina aditivada é uma excelente opção para manter a limpeza e a eficiência, mas não espere milagres em motores negligenciados.

O filtro de ar sujo aumenta o consumo de combustível e reduz o desempenho

Verdade. O filtro de ar é o "pulmão" da sua moto, responsável por impedir que impurezas e partículas entrem no motor. Quando o filtro está sujo ou obstruído, o fluxo de ar para a câmara de combustão é reduzido. Isso faz com que o motor trabalhe com uma mistura mais rica em combustível e pobre em ar, resultando em uma combustão ineficiente. As consequências são diretas: aumento do consumo de combustível, perda de potência, dificuldade na partida e maior emissão de poluentes. A verificação e a limpeza ou substituição do filtro de ar devem ser feitas conforme o manual do proprietário, garantindo a saúde do motor e a economia.

A moto nova não precisa de revisão nos primeiros meses

Mito. Pelo contrário, as primeiras revisões são as mais importantes para uma moto nova. O período de amaciamento do motor é crucial, e as revisões iniciais (geralmente aos 1.000 km ou 6 meses, o que ocorrer primeiro) servem para verificar se todos os componentes estão se assentando corretamente, ajustar folgas, trocar o óleo inicial (que pode conter partículas do processo de fabricação) e apertar parafusos que podem ter afrouxado. Ignorar essas revisões pode invalidar a garantia de fábrica e permitir que pequenos problemas se tornem grandes dores de cabeça no futuro. A manutenção preventiva desde o início garante a longevidade e o bom funcionamento da sua motocicleta.

A revisão preventiva evita problemas maiores e mais caros

Verdade. A revisão preventiva é a melhor amiga do motociclista e do seu bolso. Ao seguir o plano de manutenção recomendado pelo fabricante, você permite que um profissional verifique regularmente o estado de todos os componentes da moto, como freios, suspensão, pneus, sistema elétrico, fluidos e motor. Pequenos desgastes ou problemas incipientes podem ser identificados e corrigidos antes que se transformem em falhas graves, que exigem reparos complexos e muito mais caros. Além de economizar dinheiro, a revisão preventiva garante a segurança do piloto e do garupa, melhora o desempenho da moto e prolonga sua vida útil, mantendo o valor de revenda.

A bateria da moto dura para sempre se não for usada

Mito. As baterias de motocicletas, especialmente as de chumbo-ácido, sofrem um processo de autodescarga mesmo quando a moto está parada e desligada. Se a moto fica muito tempo sem uso, a bateria pode descarregar completamente e sulfatar, o que reduz drasticamente sua capacidade de reter carga e sua vida útil. Para motos que ficam paradas por longos períodos, é recomendável utilizar um carregador mantenedor de bateria, que a mantém carregada em um nível ideal sem sobrecarregar. Ligar a moto ocasionalmente por alguns minutos não é suficiente para recarregar a bateria adequadamente e pode até acelerar o processo de descarga.

O sistema de freios exige inspeção e manutenção constantes

Verdade. O sistema de freios é o componente mais crítico para a segurança em uma motocicleta. Sua inspeção e manutenção regulares são absolutamente indispensáveis. Isso inclui verificar o nível e a qualidade do fluido de freio (que deve ser trocado periodicamente, pois absorve umidade), o desgaste das pastilhas e lonas, o estado dos discos e tambores, e a ausência de vazamentos nas mangueiras. Qualquer anomalia no freio, como ruídos estranhos, perda de eficiência, pedal ou manete "borrachudo", deve ser investigada imediatamente por um mecânico qualificado. Negligenciar os freios é colocar a própria vida e a de outros em risco iminente.

Qualquer óleo serve, desde que seja para moto

Mito. Essa é uma das crenças mais perigosas e pode causar danos irreversíveis ao motor da sua moto. Óleos para carros e óleos para motos são formulados de maneiras diferentes, pois as motocicletas geralmente possuem um sistema de embreagem e câmbio que compartilham o mesmo óleo do motor (embreagem úmida). Óleos de carro podem conter aditivos que causam patinagem da embreagem da moto, além de não oferecerem a proteção adequada para as engrenagens do câmbio. Sempre utilize o tipo e a viscosidade de óleo recomendados pelo fabricante da sua motocicleta, que são especificados no manual do proprietário, para garantir a lubrificação correta e a longevidade de todos os componentes.

O capacete tem validade e precisa ser substituído

Verdade. Muitas pessoas não sabem, mas o capacete, item essencial de segurança, possui uma vida útil limitada e deve ser substituído periodicamente, mesmo que não tenha sofrido impactos. A validade de um capacete geralmente varia entre 3 e 5 anos a partir da data de fabricação, dependendo do material e do fabricante. Com o tempo, os materiais internos (como o isopor e o forro) se degradam, perdendo suas propriedades de absorção de impacto e conforto. Além disso, a exposição ao sol, suor e produtos químicos pode comprometer a integridade da estrutura. Um capacete que sofreu qualquer tipo de impacto, mesmo que leve, deve ser imediatamente substituído, pois sua capacidade de proteção pode estar comprometida.

Ler mais